Os CIOs agora controlam a maioria dos orçamentos organizacionais e ficam atrás apenas do CEO em termos de moldar e entregar a estratégia de negócios, descobriu uma pesquisa da Citrix, uma unidade de negócios do Cloud Software Group.
O estudo, com entrevistados nos EUA, Reino Unido, Austrália, Brasil, Colômbia, França, Alemanha, Japão, México e Holanda, foi baseado em entrevistas com 3.300 líderes empresariais que trabalham em empresas de médio e grande porte.
À medida que as empresas buscam o sucesso em um cenário econômico difícil, elas procuram líderes de tecnologia para atuar como parceiros de negócios estratégicos. De acordo com os dados:
- 67% dos líderes de negócios dizem que o CIO agora perde apenas para o CEO em termos de moldar e entregar a estratégia de negócios;
- 64% dos líderes de negócios dizem que o CIO controla a maior parte do orçamento de sua organização;
- 73% dos líderes de negócios acreditam que ter uma visão para o futuro é importante para ser um líder de tecnologia bem-sucedido no mundo do trabalho atual.
“As empresas estão em um estado de fluxo e os CIOs estão bem no centro. Espera-se que os CIOs sejam agentes de mudança, mas ainda estão envolvidos com infraestrutura legada e projetos de transformação”, disse Sridhar Mullapudi, gerente-geral da Citrix, unidade de negócios do Cloud Software Group. “Além disso, eles devem desempenhar um papel fundamental na navegação pela atual crise de talentos, fornecendo ferramentas para maximizar a produtividade dos funcionários e liderando projetos de automação”.
Portanto, os líderes de tecnologia de hoje encontram-se presos entre uma função “tradicional” de CIO – infraestrutura de gerenciamento de projetos de Transformação Digital – e uma função “transitória” – definindo e refinando a tecnologia do local de trabalho e conduzindo a estratégia de negócios.
Os CIOs de hoje são responsáveis pela transformação da tecnologia para turbinar o mundo do trabalho de amanhã. A parte mais difícil dessa função é gerenciar a introdução de novas tecnologias revolucionárias sem perder o valor dos sistemas existentes que atualmente alimentam os negócios. Os CIOs bem-sucedidos investirão em infraestruturas que os ajudem a gerenciar o passado e a se preparar para o futuro, já que a liderança tecnológica agora está intrinsecamente ligada ao sucesso organizacional, e os CIOs devem se adaptar ao seu papel como agentes de mudança.
Diego Vargas, diretor, Kroll Colômbia
Nos últimos anos, assistimos a enormes avanços na Transformação Digital das organizações, o que aumentou os desafios e riscos a superar na economia recentemente. Assim como as novas tecnologias estão evoluindo rapidamente para aumentar a eficácia e a eficiência das operações, criando desafios significativos para as empresas se manterem à frente, os riscos cibernéticos e as ameaças também crescem em escala e sofisticação.
O risco cibernético tornou-se uma grande preocupação para as organizações. O Barômetro de Risco Allianz 2022 o mostra como o risco mais significativo no último ano devido ao aumento da digitalização e do trabalho remoto impulsionado pela pandemia da Covid-19.
O sequestro de informações (ransomware), o vazamento de dados e a interrupção dos serviços de TI são as ameaças mais significativas que as empresas enfrentam e que podem afetar diretamente suas operações ou a cadeia de suprimentos quando os fornecedores estão envolvidos. O desafio é manter capacidades adequadas para proteger informações críticas e ativos tecnológicos, comumente conhecidos como as “joias da coroa”.
Neste ponto, o CIO torna-se um agente de mudança vital dentro das organizações, assumindo a liderança na quebra do paradigma organizacional onde os riscos cibernéticos são exclusivos da área de tecnologia e passam a ter relevância em todos os níveis dentro da empresa.
O CIO deve ser um líder que ajuda toda a organização, desde a alta administração até os níveis operacionais e de suporte mais fundamentais, a entender que os riscos cibernéticos afetam os negócios e exigem soluções conjuntas em toda a organização. Mas mais ênfase deve ser dada às pessoas, pois elas são o ponto mais crítico dentro e fora da organização.
O grande desafio que o CIO enfrenta é alcançar uma abordagem interorganizacional que ajude os gerentes que não são de TI a entender suas funções no gerenciamento de riscos cibernéticos. Essa abordagem também permite que os gerentes de TI trabalhem mais de perto com os gerentes da organização. O lado da gestão entende e inclui permanentemente as implicações legais, financeiras e de conformidade do risco cibernético em sua agenda.
A liderança do CIO e seu relacionamento com as pessoas em todos os níveis organizacionais é fundamental para ajudar as organizações a enfrentar os novos riscos e desafios criados pela evolução e implementação de novas tecnologias.
Felipe Silgado, chefe de Serviços de Cibersegurança, KPMG Colômbia
Os CIOs que lideram organizações com sucesso em um ambiente digital em evolução podem fornecer uma visão coesa para mover a organização para uma entidade e se tornar agentes de mudança.
Para isso, devem considerar aspectos como:
- Ter uma equipe especialmente montada com as habilidades e talentos exigidos pela organização. O CIO pode avaliar a equipe atual, treiná-la, buscar e atrair talentos externos.
- Desenvolver um modelo operacional de TI centrado no produto (Experience Design, Design Thinking e orçamento dinâmico). O CIO pode começar com produtos digitais voltados para o cliente.
- Construir uma arquitetura empresarial moderna. O CIO deve garantir que seus funcionários entendam o negócio e possam responder rapidamente aos eventos do mercado e às ações dos concorrentes.
- Introduzir “Segurança por Design” e o modelo Zero Trust. O CIO pode adotar esse princípio para todas as novas iniciativas de tecnologia e migrar sua tecnologia atual para Zero Trust.
- Aproveitar os serviços gerenciados baseados em valor. Os CIOs devem olhar além dos acordos de nível de serviço tradicionais e acordos de preços e se concentrar na integração de seus fornecedores com sua estratégia de negócios.
- Adotar práticas modernas de inovação e entrega de software. Para fazer isso, os CIOs podem ajudar suas empresas a inovar mais rapidamente e com menos riscos, criando e implantando sistemas de TI usando práticas modernas de desenvolvimento e segurança (DevSecOps).
- Adotar uma estratégia de TI centrada na nuvem. Os CIOs escolhem a nuvem como um facilitador do DevSecOps e da “Segurança por Design”.
- Desenvolver operações de TI de última geração. Para conseguir isso, os CIOs podem aproveitar as tecnologias que funcionam na nuvem para gerenciar plataformas locais, integrar a automação em todas as camadas de suporte de TI e tratar os dados como um ativo.
Os CIOs do futuro são líderes de tecnologia de negócios, não gerentes administrativos, pois ajudam a impulsionar a inovação e os resultados de negócios. Ao fazer isso, os CIOs são bons ativos para a organização e seus clientes, ao mesmo tempo em que atraem e retêm engenheiros, desenvolvedores e cientistas de dados ambiciosos e criativos.
Marcelo Ruiz, diretor de Consultoria em Telecomunicações e Tecnologia para a América Latina, Frost & Sullivan
À medida que a Transformação Digital avança nas empresas da América Latina e do mundo, o CIO deixa de ser apenas um diretor de TIC para assumir um papel mais estratégico. Há um foco importante em promover a inovação em produtos, serviços e processos e, ao mesmo tempo, eles se tornaram aceleradores de negócios.
Esse processo dos CIOs como agentes de mudança nas organizações considera dez aspectos principais:
- O CIO evolui para um agente de mudança em três pilares: inovação, negócios e desenvolvimento;
- A Transformação Digital está no centro de sua estratégia corporativa;
- Grande importância é dada à cibersegurança;
- Concentre-se em um modo de gerenciamento de integração de orquestração;
- Busca de novas tecnologias para melhor abordagem aos clientes;
- Os lucros de projetos futuros vêm de inovações de negócios baseadas em tecnologia;
- Mais ênfase é colocada no I da Informação ao invés do T da Tecnologia;
- Há uma participação mais ativa nos conselhos de administração;
- Desenvolvimento de soft skills. Gestor inspirador com perfil menos técnico;
- Gestão de talentos e liderança em mudanças culturais em um processo de Transformação Digital.
Um aspecto vital é a comunicação, pois os CIOs precisam falar a linguagem dos negócios e se comunicar de forma eficaz na linguagem dos executivos da alta administração, do conselho de administração e das equipes de desenvolvimento e inovação, cada vez mais focadas em processos ágeis.
O CIO deve ter uma visão diferenciada e um mindset estratégico para ser um parceiro, assertivo, resiliente à mudança e capaz de compartilhar seu ponto de vista com as diversas partes de uma organização.
O CIO deve ter a capacidade de gerenciar as perspectivas operacionais e estratégicas. Primeiro, por um lado, vincular as operações ao desenvolvimento das atividades cotidianas da empresa. Em segundo lugar, promover simultaneamente a inovação e a mudança, estabelecendo novos modelos de negócios para tornar todos os processos de negócios mais eficientes, ágeis e vitais para o crescimento dos negócios e a visão futura da organização.
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